Quando tive o diagnóstico de
hérnia discal, procurei quais as linhas orientadoras disponíveis, baseadas em
estudos científicos, para a melhor conduta nesta patologia
Algo que encontrei disponível na
internet foram as guidelines da North American Spine Society – Clinical Guidelines for Multidisciplinary
Spine Care: Diagnosis and Treatment of Lumbar Disc Herniation With
Radiculopathy – de 2012.
Aqui, hérnia discal lombar com
radiculopatia, é definida como um “deslocamento localizado do material do disco
para além das margens normais do espaço intervertebral, resultando em dor,
fraqueza ou dormência num miotoma ou dermatoma”.
Uma das questões colocadas é :
“qual será a história natural desta patologia?”. Existe limitação na literatura
disponível no entanto, é referido que “na ausência de evidências confiáveis
relacionadas com a história natural da hérnia discal lombar com radiculopatia,
é opinião do grupo de trabalho que a maioria dos pacientes irá melhorar
independentemente do tratamento. Hérnias discais muitas vezes encolhem/regridem
ao longo do tempo. Muitos, mas não todos, documentos demonstraram uma melhoria
clínica com redução do tamanho das hérnias discais.”
Um artigo que encontrei, também
de encontro a estes dados, foi publicado pelo órgão oficial da sociedade
portuguesa de reumatologia (Acta reumatol port.) em 2011. É um caso clínico com
o título “Regressão espontânea de hérnia discal lombar sintomática”.
Neste artigo referem que “apesar
do tratamento cirúrgico na abordagem desta patologia ser prática comum há mais
de 60 anos, ainda hoje permanecem algumas dúvidas acerca do melhor tratamento
do doente com patologia discal lombar. O tratamento conservador apresenta-se
como alternativa à cirurgia, com remissão completa ou parcial da sintomatologia
dolorosa e neurológica em alguns doentes, inclusive com redução do tamanho da
hérnia.”
Referem ainda que “as hérnias
discais afectam 2% da população. Destes, menos de 10% apresentam sintomatologia
após 3 meses que justifiquem intervenção cirúrgica. Em alguns destes casos, a
ruptura abrupta do anel fibroso ocorre com extrusão de material do núcleo
pulposo, com formação de um sequestro volumoso e clinicamente sintomático. No
entanto, mesmo nestes casos, a sua regressão espontânea encontra-se descrita na
literatura, tendo mesmo vindo a aumentar o número de casos descritos com o
aumento disseminado do uso da RM, embora apenas em casos isolados e sem
explicação definitiva do mecanismo.”
Aqui são apresentadas três
teorias que tentam explicar o fenómeno. “ A 1ª envolve a reabsorção dos
tecidos”; “a 2ª teoria defende que o fragmento desaparece por progressiva
desidratação, degeneração e encolhimento”; “a 3ª teoria refere ser simplesmente
uma variação da tensão do ligamento longitudinal posterior como responsável.”
Estas informações científicas
trazem-nos boas notícias. Optar por uma cirurgia à coluna não é decisão que se
tome de ânimo leve. Eu actualmente encontro-me a fazer tratamento conservador.
Daqui a uns tempos dou feedback dos resultados.
O que nos diz do seu tratamento Ângela?
ResponderEliminarOlá Sérgio. A minha hérnia regrediu e isso foi visível na ressonância magnética (https://vivercomherniadiscal.blogspot.pt/2016/11/o-meu-caso-evolucao-no-ano-2015.html?m=1)
ResponderEliminarOi, Ângela, tenho duas hérnias, uma na L5-S1 hoje foi reabsorvida e a outra na L4 que era um abaulamento em 2015, hoje, está extrusa e migrada. Pelo que li e estudei, quanto mais a hérnia estiver fora do disco, tocando o espaço epidural, mais rápida a resposta de fagocitose do corpo.
ResponderEliminarCom que tratamento?
ResponderEliminarBoa noite Ângela , seu tratamento conservador durou quanto tempo? E hoje como vc esta ? Ficou com alguma limitação em algum movimento
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